quinta-feira, junho 18, 2015

A PRIMEIRA DERROTA DA NOVA "ERRA DUNGA"

Por Danilo Silveira

Se contra o Peru na estreia o Brasil não foi bem, contra a Colômbia os comandados de Dunga conseguiram piorar. E quando digo isso, não me baseio no resultado adverso. A vitória por 1 x 0 da Colômbia em nada influencia o que está sendo escrito. O que de fato assusta não é perder para a Colômbia, e sim, a falta de um esquema tático minimamente convincente, a ausência de jogadas bem trabalhadas e de uma proposta de jogo bem desenhada.

Hoje, a Colômbia é mais time que o Brasil. Se os jogadores da equipe de José Pekerman são melhores que os comandados de Dunga, é outra discussão. Mas como time, como coletivo, a distância é grande. A Colômbia soube apresentar no estádio Monumental de Santiago, mais que uma proposta de jogo. Se no primeiro tempo a equipe veio para cima e mostrou qualidade para atacar, na segunda etapa, o time se retraiu consideravelmente, mostrou aplicação para anular as jogadas ofensivas do Brasil e insumos para sair em contra-ataque. Acredito que se a saída para esses contra-ataques tivessem sido um pouco mais eficazes, o Brasil teria boas chances de sair de campo com uma goleada na bagagem.

Sinceramente, tenho pena é do Neymar. Talento puro, habilidade nata! É muita genialidade para ser subaproveitada. Se em 2014 disputou uma Copa do Mundo em um time horroroso montado por Felipão, em 2015 disputa uma Copa América em uma equipe para lá de fraca, montada por Dunga. E quando uso adjetivos como horroroso e fraca, não me refiro a jogadores, mas falo da parte coletiva. Individualmente, nem a atual convocação de Dunga nem a de Felipão são ruins. Mas poderiam ser muito melhores...

Não entra na minha cabeça o fato de Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Ganso não serem convocados para fazerem parte da Seleção Brasileira de Futebol. Talvez não os três, mas quem sabe dois, ou pelo menos um. Talvez seja do talento de um desses três que Neymar precise para não se sentir sozinho no meio de um monte de adversários. Ronaldinho então, cairia como uma luva. Talvez com ele e Neymar no time, até mesmo a carência tática de Dunga fosse um pouco apagada.

Para piorar a situação brasileira, Neymar levou cartão amarelo em jogada onde usou a mão (para mim, cartão aplicado de maneira exagerada) e está fora da decisiva partida contra a Venezuela. Na verdade, há de se relatar que Neymar ainda foi expulso após o apito final ao se envolver em uma confusão. O atacante colombiano Bacca também levou o vermelho. Portanto, a fase de grupos para o Brasil começou mal, teve um meio péssimo e pode ter um final pavoroso.

Terá Dunga agora a incumbência de escolher um substituto para Neymar.  Sinceramente, não tenho ainda opinião formada sobre determinada escolha, mas o fato é que se estivesse a seleção melhor convocada, talvez ela fosse mais fácil de ser realizada.


Incrivelmente, essa foi a primeira derrota de Dunga em sua segunda passagem como técnico da Seleção Brasileira. Nos 11 jogos anteriores, 11 vitórias. Contra a Venezuela, a tendência é que o Brasil jogue mal, assim como fez nas duas primeiras partidas. Se jogar mal e ganhar como na estreia, passa de fase. Se jogar mal e perder como diante da Colômbia, corre sério risco de ser eliminado. Talvez em algum momento Dunga venha a se arrepender das escolhas que fez em suas convocações em ambas as passagens pela Seleção Brasileira. Vai ser, portanto, o momento de dizer: “Já era, Dunga!” Duas vezes!

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