segunda-feira, junho 19, 2017

UMA NOVA GERAÇÃO, COM A VELHA QUALIDADE

Por Danilo Silveira

Dia 13 de junho de 2010. Estava eu sentado no sofá, em frente a um televisor, assistindo a estreia de uma renovada Alemanha em uma Copa do Mundo. Não conhecia todos os jogadores. Fiquei impressionado com o time dos jovens Khedira, Ozil e Muller na vitória por 4x0 diante da Austrália.

Dia 19 de junho de 2017, 7 anos e 6 dias após o episódio do parágrafo anterior. Estou eu sentado no sofá, em frente a um televisor, assistindo a estreia de uma renovada Alemanha em uma Copa das Confederações. Não conheço todos os jogadores. Fico impressionado com o time dos jovens Goretzka, Brandt e Draxler na vitória por 3x2 diante da Austrália.

As semelhanças exibidas nos dois últimos parágrafos são muitas. Algumas, talvez sejam mera coincidência, como em ambas eu estar sentado no sofá e o adversário da Alemanha ser o mesmo. Já outras, nem tanto. Joachim Low sabe exatamente como fazer uma renovação. Mostrou isso depois da Copa de 2006, passando em 2010 e chegando à noite mágica do dia 13 de julho de 2014, no Maracanã. Agora está mostrando isso novamente, lançando um time extremamente jovem em uma Copa das Confederações. Acredito que não seja mera coincidência de duas gerações boas terem caído no colo de Joachim Low. Acredito no trabalho bem feito no futebol, coisa que anda escassa no futebol brasileiro.

Em alguns momentos do jogo desta segunda-feira, eu parecia estar assistindo à Alemanha de 2014. O cruzamento de Brandt para Stindi no primeiro gol do jogo, parecia um cruzamento de Lahm para um gol de Schweinsteiger. A forma de Draxler conduzir a bola em alguns momentos lembrava Mesut Ozil. E por aí vai. 

Mudam-se os personagens, mas fica uma identidade. É assim que tem que ser. Por melhor que seja uma geração, ela nunca será maior que a própria instituição a qual ela representa. E quando essa geração vai chegando ao fim, ela precisa deixar algo de positivo para a próxima. Lahm, Muller, Podolski, Klose, dentre outros, deixaram um legado impressionante. 



Que sirva de lição, que sirva de aprendizado. O 7x1 pode ter tido um quê de fatalidade, na parte numérica, de magnitude elevada. Mas o que aconteceu dentro de campo, no jogo propriamente dito, deixando de lado a parte numérica e atentando-se à parte tática e técnica do desporto, não tem nada de fatalidade. 

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