sexta-feira, janeiro 30, 2015

À JUNIOR MALANDA COM CARINHO

Por Danilo Silveira

No dia 10 de Janeiro, o volante belga do Wolfsburg, Juinior

Malanda, de apenas 20 anos, perdeu a vida em um acidente de carro. Nesta sexta-feira, 20 dias após o acidente, o Wolfsburg entrava em campo pela primeira vez após a tragédia: a equipe recebeu  o poderoso Bayern de Munique dentro de casa, na Toca dos Lobos.
E antes que a bola começasse a rolar, Malanda foi homenageado pela torcida do clube o qual prestava serviços antes de perder a vida. E dentro das quatro linhas, ele também recebeu uma homenagem de seus companheiros. E que homenagem!

No ponto de vista prático do desporto futebol, o Wolfsburg mostrou organização, compactação, eficiência na parte defensiva e oportunismo na parte ofensiva. No ponto de vista psicológico, a equipe demonstrou alma, garra, emoção e vibração. Onde quer que Malanda esteja, deve estar orgulhoso daquilo que seus companheiros fizeram dentro das quatro linhas. Só isso já bastava para fazer o duelo histórico, mas a parte numérica veio para acrescentar pitadas heróicas: Wolfsburg 4 x 1 Bayern de Munique.

Foi como se a alma de Malanda estivesse na ponta da chuteira de cada ser humano que entrou no gramado da Volkswagen Arena vestindo verde. Como se a sinergia presente no time fosse capaz de superar qualquer obstáculo, desde os mais simples até os mais Bayerns de Munique.

Naldo foi um gigante na defesa, Rodriguez perfeito na lateral esquerda, Luiz Gustavo incrível no meio-campo, Dost oportunista no ataque e De Bruyne o nome do jogo. Isso sem contar nos outros que também agregaram valor à belíssima vitória do time alemão, como o goleiro Benaglio, que fez uma defesa cinematográfica em chute de Robben de fora da área.

Foi o dia em que a posse de bola do Bayern sucumbiu à capacidade de contra-atacar do adversário. Foi uma aula! No primeiro gol, Caligiuri recebeu pela direita em velocidade, serviu De Bruyne, que não foi fominha e passou para Dost chutar e estufar as redes de Neuer, finalizando o belo contra-ataque. E o segundo gol também foi de Dost. E que golaço! Um chutaço de fora da área, que encontrou o ângulo esquerdo superior de Neuer.

E com dois gols em desvantagem foi o Bayern para o intervalo. Poderia se esperar alguma substituição mirabolante ou mexida tática do mestre Guardiola para reverter o quadro. Mas, do seu banco de reservas, Guardiola viu foi a equipe comandada pelo alemãor Dieter Hecking continuar encantando.

De Bruyne sacramentou sua excepcional atuação com dois gols em contra-ataque. No primeiro deles, recebeu passe de Arnold e percorreu longa distância para finalizar e vencer Neuer. Detalhe que na hora do passe, o belga estava à frente de todos os homens de linha do Bayern, mas como estava atrás da linha do meio-campo, estava em posição legal. Bernat diminuiu em falha de Naldo, mas nada que pudesse comprometer o show do Wolfsburg. De Bruyne recebeu no mano a mano com Dante, cortou para a perna esquerda e soltou a bomba para novamente vencer Neuer.

Do ponto de vista da tabela de classificação, a vitória do Wolfsburg representa a primeira derrota do Bayern na competição (isso mesmo, a equipe de Guardiola não havia perdido nenhuma das 17 partidas disputadas), o número de gols sofridos pelo Bayern dobrados em um só jogo (isso mesmo, a equipe de Guardiola havia sofrido somente quatro gols em 17 partidas) e uma redução da distância entre as equipes de 11 para oito pontos (isso mesmo, a equipe de Guardiola estava liderando o campeonato com 11 pontos à frente do vice-líder Wolfsburg.


Do ponto de vista emocional, a vitória vale mais que isso. Provavelmente, daqui a anos, esse duelo será lembrado não pela pontuação das equipes na tabela, mas como o dia em que Malanda foi homenageado pela torcida e recebeu de presente da sua equipe uma atuação de gala, de cinema.  Se hoje Malanda é uma estrela, ela deve estar brilhando forte, tanto quanto seus companheiros brilharam dentro de campo.

quinta-feira, janeiro 22, 2015

BARÇA VENCE ATLETICO E GARANTE VANTAGEM PARA O JOGO DA VOLTA.

Por Danilo Silveira

A rivalidade entre Atlético de Madrid e Barcelona ficou mais exposta na última temporada, onde as equipes disputaram as quartas de final da Champions League e o jogo que decidiu o título do Campeonato Espanhol, na rodada derradeira. Em ambos os duelos, o time madrilenho conseguiu resultados positivos e expressivos: avançou à semi do torneio continental e sagrou-se campeão nacional.


Nesta quarta-feira, as duas equipes iniciaram um novo duelo, dessa vez pelas quartas-de-final da Copa do Rei. E o primeiro dos dois jogos aconteceu no Camp Nou. Apoiado pela sua torcida, o Barcelona foi superior durante todos os 90 minutos, sendo coroado apenas nos minutos finais, quando Lionel Messi anotou o gol único do confronto.

Olhando para o começo do jogo, parecia que o Barcelona iria rapidamente abrir o placar. A equipe de Luis Enrique empurrava o adversário para o campo de defesa e mantinha a posse de bola, girando de um lado para o outro, buscando o melhor caminho para chegar à meta adversária. A primeira boa chance aconteceu em chute de média distância de Neymar, defendido no canto esquerdo pelo goleiro esloveno, Jan Oblak. Aos poucos, a equipe de Simeone foi conseguindo diminuir a intensidade de jogo imposta pelo Barcelona, amornando o confronto.

A posse de bola de 70% ao término da primeira etapa, talvez possa sugerir que o Barcelona tenha criado inúmeras chances de gol, mas não foi bem assim. Mas, se não conseguiu produzir muito no ataque, também não levou sufoco atrás. Fernando Torres e Griezmann não ofereceram quase nenhum perigo à defesa catalã, sendo Ter Stegen quase um espectador privilegiado à frente da meta do Barça.

Veio a segunda etapa e a partida continuou na mesma tônica. O Barcelona tinha a bola e o Atlético de Madrid mais se preocupava em defender do que atacar. Nem a entrada de Mandzukic na vaga de Torres melhorou o poder ofensivo da equipe. Acredito que tal postura do time madrilenho tenha sido adotada mais por imposição adversária do que propriamente por escolha. A equipe até tentava descer em velocidade, mas logo era contida pela marcação do time da casa. As duas linhas defensivas, com quatro homens cada, formada pelo Atlético de Madrid, por pouco não passaram intransponíveis no jogo. O gol saiu somente aos 39 minutos. Busquets foi derrubado dentro da área e o senhor José González assinalou a penalidade corretamente. Messi cobrou no canto esquerdo e Jan Oblak fez a defesa, mas no rebote, o argentino, camisa 10 e melhor jogador do mundo aproveitou para balançar as redes e dar á vitória e a vantagem para o jogo da volta à sua equipe.

quarta-feira, janeiro 14, 2015

BAILE SAUDITA!

Por Danilo Silveira

Com uma atuação maiúscula, a Arábia Saudita conseguiu seus primeiros pontos na Copa da Ásia, ao derrotar por 4 x 1 a Coreia do Norte. Como as duas seleções haviam perdido na estreia, o duelo poderia ser encarado como sendo de vida ou morte, já que aquele que saísse derrotado, não mais dependeria das próprias pernas para seguir adiante na competição.

E o jogo começou com as duas equipes buscando o ataque. O número elevado de faltas no início fez com que a partida parasse bastante, contribuindo de forma negativa para a beleza do espetáculo. Logo aos 15 segundos, Il-Gwan Jong entrou de carrinho em Omar Hawsawi e levou cartão amarelo.

A primeira chegada ao ataque de maior destaque aconteceu pelo lado coreano. Hyon-Jin Sim arriscou de fora, obrigando Waleed Abdullah a fazer boa defesa no canto direito. No lance subsequente, o goleiro saudita novamente defendeu sua pátria de maneira positiva, dessa vez impedindo que uma cabeçada tomasse o rumo das redes. E o camisa um saudita foi cada vez mais aparecendo no jogo. Aos 10 minutos ele defendeu chute de Kwang-Ryong Pak, mas nada pôde fazer no rebote, aproveitado por Yong-Gi Ryang: 1 x 0 para a Coreia do Norte.

Até então, a atuação da Arábia Saudita não tinha nenhum ingrediente que a tornasse nem perto do brilhante. Nada que merecesse maiores comentários. No entanto, o time parece ter acordado com o gol sofrido. Naif Hazazi quase empatou em bonita cabeçada, que fez a bola passar a centímetros da trave esquerda de Myong-Guk Ri. O tempo foi avançando e os sauditas foram descobrindo que o jogo poderia fluir de maneira interessante pela ponta esquerda de ataque. Jogadores de verde passaram a atuar constantemente por essa faixa de campo. E foi por ali que nasceu o primeiro gol saudita. Por sinal, um belo gol. A bola passou pelos pés de Salem Al Dawsari, Mohammad Al Sahlawi e Nawaf Al Abid antes de chegar até Naif Hazazi, que dessa vez estufou as redes adversárias, se redimindo do pênalti perdido na estreia, contra a China.

E do gol em diante, a Arábia Saudita foi dona do jogo. Poderia ter virado o placar ainda na primeira etapa, em jogadaça de Nawaf Al Abid, que dominou no peito, de costas para o gol, girou o corpo com a bola no ar e emendou para boa defesa de Myong-Guk Ri.

A segunda etapa começou com a mesma tônica a qual terminou o primeiro tempo. Os comandados do romeno Cosmin Olăroiu povoavam o campo ofensivo, rodavam a bola com qualidade e envolviam completamente os coreanos. E aos poucos foi ficando nítido quem seria o cara do partida: Mohammad Al Sahlawi. Aos quatro minutos, ele recebeu cruzamento da direita e cabeceou por cima. No entanto, pagaria o gol perdido com juros e correção monetária. Logo em seguida, aos seis, ele apareceria na área para completar cruzamento da esquerda e virar o jogo. E dois minutos mais tarde, ele aproveitaria lambança de Song-Hyok Jang, que se atrapalhou em saída de bola, para completar ao gol vazio.

O autêntico camisa 10! Sempre presente nas jogadas ofensivas, dono da intermediária de ataque, mas também caindo pela ponta esquerda e invadindo a área. Sob o comando de Mohammad Al Sahlawi, a Arábia Saudita praticava um belo futebol em Melbourne. E o Hat-trick (três gols do mesmo jogador em um único jogo) poderia ter saído aos 25, mas ele errou uma conclusão cara a cara com o goleiro coreano. Está perdoado! Logo depois, deixou o campo para a entrada de Taisir Al Jassim.

E mesmo sem o seu camisa 10, a Arábia Saudita continuou o show. Salem Al Dawsari foi fazendo fila pela esquerda de ataque e finalizou de cavadinha, por cima do goleiro, acertando o travessão, e por pouco não anotando um golaço. Na sequência do lance, a bola acabou tocando na mão de Yon-Jick Lee, que estava com o braço estendido. O árbitro de Omã, Abdullah Al Hilali, assinalou o pênalti corretamente e expulsou o jogador coreano. Nawaf Al Abid perdeu a cobrança, mas fez o gol na sequência, de carrinho, depois da bola tocar no goleiro Myong-Guk Ri e nas duas traves. Talvez seja a sorte ajudando aqueles que contribuem com a beleza do espetáculo: 4 x 1.

Até onde vai a Arábia Saudita nessa edição da Copa da Ásia, só o tempo vai dizer. Mas o certo é que a atuação desta quarta-feira ficará eternizada na história do torneio. Com o resultado do outro jogo da chave (Uzbequistão 1 x 2 China), a Coreia do Norte está eliminada e enfrenta a já classificada China no domingo apenas para cumprir tabela. Já a Arábia Saudita decide sua classificação contra o Uzbequistão, também no domingo. Um empate coloca os sauditas nas quarta de final.

sábado, janeiro 10, 2015

COREIA DO SUL TOMA SUSTO, MAS DERROTA OMÃ NA ESTREIA

Por Danilo Silveira

Coreia do Sul e Omã travaram um interessante duelo no Canberra Stadium, válido pelo grupo A da Copa da Ásia. Era a estreia das duas seleções na competição. Pela maior tradição no futebol, talvez pudesse se acreditar em uma vitória fácil dos coreanos. De fato, a vitória veio, mais facilidade não é bem a palavra que melhor traduz o que se viu nos 90 minutos.


Comandada pelo alemão Uli Stielike, que substituiu Myung-Bo-Hong após a Copa do Mundo de 2014, a Seleção Coreana iniciou o confronto tentando estabelecer uma pressão para cima da Seleção de Omã. E por pouco não abriu o placar nos minutos iniciais em duas oportunidades: Na primeira o goleiro Ali Al Habsi defendeu chute de média distância, no canto direito. Na segunda, o travessão acabou surgindo como empecilho. O domínio coreano foi cessando e Omã começou a se soltar em campo, arriscando com maior frequência algumas investidas ao ataque. E quando o panorama apontava para um primeiro tempo sem gols, Young-Cheol Cho apareceu de carrinho para aproveitar um rebote oferecido por Ali Al Habsi e estufar as redes de Omã: 1 x 0.

O gol antes do intervalo parece ter trazido tranquilidade aos coreanos para a segunda etapa. A equipe voltou dominando a partida, com um bom toque de bola no campo ofensivo. O segundo gol parecia questão de tempo. E teria ele saído se Ali Al Habse não tivesse aparecido de forma espetacular ao defender cabeçada a queima roupa. Apesar das limitações apresentadas, a Seleção de Omã, comandada pelo francês Paul le Guen, se defendia bravamente e o placar cismava em permanecer intacto. Um resultado que parecia estar sendo construído de maneira tranquila pelos coreanos, acabou se tornando um drama nos minutos finais. Omã se lançou ao ataque e conseguiu dar certo trabalho ao sistema defensivo adversário. O ápice do jogo acabou sendo nos acréscimos, quando após escanteio cobrado da direita, Emad Al Hosani apareceu no primeiro pau, cabeceou forte e obrigou Jin-Hyeon Kim a fazer uma defesa sensacional, rebatendo a bola, que caprichosamente ainda tocou o travessão coreano e não entrou.

Com doses fortes de emoção, a Coreia do Sul conseguiu largar com o pé direito na busca por um título que não vem desde 1960.

domingo, janeiro 04, 2015

BARÇA CAI PARA REAL SOCIEDAD E PERDE CHANCE DE LIDERAR O ESPANHOL

Por Danilo Silveira

Por opção de Luis Enrique, Neymar e Messi iniciaram o jogo no banco de reservas. Talvez pelo fato dos dois terem recebido um período maior de recesso de final de ano. E nem mesmo a entrada dos dois craques na segunda etapa impediram a derrota do Barcelona para a Real Sociedad, por 1 x 0, fora de casa, pelo Campeonato Espanhol. E o tropeço deve sim ser muito lamentado pelo time catalão. Era a chance da equipe assumir a ponta da tabela, já que o Real Madrid perdeu mais cedo para o Valencia, por 2 x 1.


O gol único do jogo saiu logo cedo, antes dos dois minutos. Alba cortou mal um cruzamento da direita e acabou estufando as próprias redes, marcando o seu segundo gol contra no campeonato. Tinha o Barcelona muito tempo para conseguir a virada e assumir a liderança da competição. Acontece que nessa empreitada o time catalão não conseguiu, em momento algum, jogar o seu melhor futebol. Mesmo com um meio-campo com os fantásticos Xavi e Iniesta, a equipe não conseguiu criar muito coisa. A Real Sociedad adotava uma postura recuada, arriscando poucas subidas ao ataque. E como se diz na gíria, “a marcação encaixou”.  O Barça pouco criou e o intervalo chegou com vitória parcial do time da casa.

Veio a segunda etapa e Luis Enrique mandou para campo o seu maior trunfo: Lionel Messi. Só que assim como a equipe, o argentino não conseguiu realizar uma daquelas suas atuações com muito brilho. Neymar e Daniel Alves também entraram no decorrer da segunda etapa. A equipe ficou mais forte, melhorou em alguma coisa o nível do futebol em relação à primeira etapa. Xavi teve oportunidade de empatar, mas completou fraco um cruzamento da esquerda, nas mãos do goleiro Gerónimo Rulli. Suárez também teve boa chance, mas também parou no camisa 1, que saiu bem do gol e impediu que o atacante uruguaio o driblasse.


Não tenho dados estatísticos, mas acredito que faça muito tempo que Real Madrid e Barcelona tenham sido derrotados no mesmo dia, pelo Campeonato Espanhol. Fato raro, que oferece oportunidade aos adversários de encostarem na tabela de classificação.