segunda-feira, abril 30, 2012

NO DUELO DE MANCHESTER, CITY VENCE UNITED E ASSUME A PONTA DO INGLÊS FALTANDO DUAS RODADAS PARA O FIM


Por Danilo Silveira

O jogo entre Manchester City e Manchester United, os dois primeiros colocados da Premier League, foi um dos duelos mais aguardados nessa reta final dos campeonatos europeus. E o City, que estava três pontos atrás do United venceu, por 1 a 0, com gol do zagueiro Kompany, empatando assim a sua pontuação com a do rival, e assumindo a liderança por conta de um maior saldo de gols (61 a 53).

City melhor no primeiro tempo 

A partida foi bem disputada, com muita garra e vontade por parte dos jogadores. Porém, o confronto deixou a desejar no quesito chances de gol. As equipes pouco conseguiram criar durante os 90 minutos, com os goleiros sendo pouco exigidos. Nos 45 minutos iniciais, o City foi amplamente superior, passando a maior parte do tempo no campo ofensivo, buscando uma brecha para infiltrar na defesa do United. Aguero, David Silva e Nasri foram os melhores em campo, contando ainda com a participação ofensiva corriqueira do lateral direito Zabaleta. Uma das melhores chances da equipe aconteceu quando Aguero pegou a sobra de uma jogada aérea, mas acabou isolando. E quando parecia que o 0 a 0 iria para o intervalo, após escanteio cobrado da direita, o zagueiro belga, Kompany, subiu e cabeceou, vencendo o goleiro De Gea e abrindo o marcador.

United muda postura, mas não leva perigo ao gol de Hart

Logo no início da segunda etapa, foi perceptível a mudança de postura do United. Atrás no marcador, a equipe de Alex Ferguson passou a sair mais para o jogo, buscando a criação de jogadas ofensivas. O City, por sua vez, tentava não se encolher e continuar atacando. Mesmo com uma partida mais aberta, as chances de gol continuaram sem aparecer. Aos 23 minutos, Roberto Mancini colocou o volante De Jong na vaga do atacante Carlito Tévez. No papel, o time ficou mais defensivo, mas isso não ocorreu pois Yayá Touré, que atuou como volante na primeira etapa, passou a jogar mais avançado, tendo sucesso na sua nova função, sendo o nome do jogo no segundo tempo, dando dois bons chutes a gol de fora da área, um que passou à esquerda de De Gea e outro que passou à direita. Aos 31 minutos, uma cena inusitada: De Jong fez falta dura em Werlbeck e tomou cartão amarelo. Logo, as câmeras da tevê focalizaram a beirada do campo, onde os dois técnicos, Alex Ferguson e Roberto Mancini, trocavam palavras, provavelmente pouco carinhosas e tinham seus corpos separados por algumas pessoas, que evitavam a possibilidade de um embate físico entre os dois. Ferguson, que já tinha colocado Welbeck na vaga de um sumido Park aos 13 minutos da segunda etapa, resolveu aos 33 lançar Valencia na vaga de  Scholes. Aos 37, Mancini lançou Richards na vaga de David Silva, recuando demais o time e comprometendo diretamente a criação de jogadas ofensivas da equipe. Porém, o United não levava sucesso em investidas ao ataque. O apito final chegou e o Campeonato Inglês tem um novo líder: o Manchester City.

Agora, faltam apenas duas rodadas para o término da competição. O United encara o Swansea em casa e termina sua participação contra o Sunderland, fora.. Já o City, pega o Newcastle fora e fecha contra o Queen Park Rangers, em casa. Se conseguir duas vitórias, o City só perderá a taça se o United conseguir vencer dois jogos e ainda reverter esses oito gols de saldo que tem a menos que o rival.

COM BOA ATUAÇÃO COLETIVA, BOTAFOGO VENCE VASCO E FATURA A TAÇA RIO

Por Danilo Silveira



A grande surpresa do clássico, na minha opinião, foi a excelente atuação do Botafogo como um todo, principalmente na primeira etapa. No caso do Vasco, nada de muito diferente do que aconteceu em outras partidas. Um time que mostra vontade, luta, corre atrás do jogo, que tem bons valores individuais, mas que deixa a desejar taticamente. A partida do Vasco diante do Botafogo foi muito diferente da partida que a equipe fez contra o Flamengo oito dias atrás? Não! O que acontece, é que naquela ocasião, o time cruzmaltino via do outro lado um adversário capenga, desfigurado, sem padrão tático nenhum e tendo assim sua vida facilitada na criação de jogadas de perigo.

Na parte defensiva, em ambas as partidas, ficaram evidentes os problemas. Não acho o Dedé o melhor zagueiro do Brasil como muitos falam, mas ele é um dos melhores e faz uma falta tremenda à equipe. A situação do Vasco lá atrás ficou ainda pior porque do outro lado tínhamos Andrezinho, Elkeson e Maicosuel muito bem. Destaque para o terceiro nome. O Mago fez a festa no Engenhão, jogou um futebol fino, buscando o jogo, dando belas arrancadas e bons passes. Na conta dele, um gol e participação direta em outro. Tivemos ainda uma grata surpresa, que foi a presença de Fellype Gabriel como volante, fazendo uma boa partida, tão à vontade que nem parecia um atacante improvisado naquela posição. Na frente, o Botafogo tinha um de seus grandes trunfos: Loco Abreu, atacante muito oportunista, que fez cinco gols em dois jogos decisivos: três contra o Bangu e dois contra o Vasco.

E para completar a situação adversa do Vasco, Cristóvão Borges novamente fez substituições péssimas, que sinceramente, para mim, são sem pé nem cabeça. Perdendo de 2 a 0, ou seja, precisando de dois gols para empatar o duelo, o comandante cruzmaltino tirou o centroavante Alecsandro e o armador Felipe, que vinha sendo o melhor jogador da equipe, para colocar Juninho e Allan. Mesmo assim, o Vasco ainda conseguiu exercer alguma pressão sobre o Botafogo, que parecia cansado, na segunda metade da etapa final. Porém, o melhor que a equipe acabou conseguindo foi um bonito gol de Carlos Alberto,, que novamente entrou bem no jogo, assim como no confronto contra o Flamengo. O que mudou de fato com esse gol, foi a elasticidade do placar: em vez de 3 a 0, 3 a 1. O que não muda é o finalista, que será o Botafogo, com todos os méritos pelo futebol apresentado neste jogo.

domingo, abril 29, 2012

TOTTENHAM FAZ GRANDE PRIMEIRO TEMPO, VENCE BLACKBURN E ACABA COM SECA DE VITÓRIAS

Por Danilo Silveira




Com três derrotas e um empate nos últimos quatro jogos e fora da zona de classificação para a próxima UEFA Champions League na tabela do Campeonato inglês. Foi assim que o Tottenham entrou no seu estádio, o White Hart Lane, neste domingo, para enfrentar o Blackburn, que luta para permanecer na Premier League na próxima temporada. Após o apito final, a vitória do alívio: 2 a 0.

Tottenham faz belo primeiro tempo, mas marca apenas um gol

Logo com um minuto de partida, Modric foi ao fundo pela esquerda, cruzou, a bola passou pelo goleiro Robinson e chegou no segundo pau para Lennon, que com gol vazio, bateu para estufar as redes adversárias, porém, pelo lado externo, perdendo boa oportunidade. O Tottenham marcava sob pressão no campo do adversário, e quando tinha a posse de bola, trocava bons passes, em busca de espaços para a penetração. E a segunda boa chance da equipe veio em um chute de fora da área, executado por Sandro, que acabou explodindo no travessão. Aliás, vale destacar o grande primeiro tempo do volante brasileiro, tanto na parte ofensiva quanto na parte defensiva, desarmando seus adversários. O Blackburn praticamente se limitava a marcar, atuando no campo de defesa a primeira etapa quase inteira, sem construir basicamente nada no campo ofensivo.E o gol do Tottenham não demorou muito para sair. Aos 21 minutos, Lennon cruzou da direita, Bale cabeceou, a bola tocou no travessão e sobrou para Van der Vaart, que bateu, mas teve seu chute interceptado por Dann, antes que a bola estufasse as redes, mas não antes que ela cruzasse a linha final, portanto, gol corretamente assinalado. Mesmo com a vantagem no placar, o time londrino não diminuiu o ritmo, continuou fiel ao estilo de jogo que começou a partida e ainda criou duas boas chances de ampliar nos primeiros 45 minutos. Aos 37, Rose tabelou com Modric pela esquerda, apareceu na área e finalizou, mas Robinson saiu bem do gol e interceptou o arremate. Aos 41, o zagueiro Gallas, que teve pouco trabalho na defesa, apareceu na área para completar cobrança de escanteio de cabeça, e ser responsável pela terceira bola explodida no travessão do Blackburn na partida.

Gol de Walker sela vitória da equipe londrina

Na segunda etapa, o Blackburn até esboçou uma postura mais ofensiva, mas o desenho tático do jogo pouco se alterou, com o Tottenahm passando a maior parte do tempo no campo de ataque. No entanto, a equipe londrina não conseguia trocar passes e fazer o jogo fluir tão bem como na etapa inicial. Aos 15 minutos, Gareth Bale poderia ter ampliado o placar. Após belo contra ataque, o galês arriscou de fora da área e o chute rasteiro passou à esquerda do gol de Robinson. Vendo seu time sem conseguir criar jogadas de perigo, o técnico escocês Steve Kean, do Blackburn, mexeu na equipe aos 26, tirando o atacante nigeriano Yakubu e lançando o francês Anthony Modeste. Porém, três minutos mais tarde, as coisas ficaram ainda mais complicadas para a equipe visitante. Em uma bela cobrança de falta, Walker acertou o canto esquerdo do goleiro Robinson e ampliou o marcador. O gol deu uma vantagem maior ao Tottenham e faltando cerca de quinze minutos para o término de partida, seria improvável que o Blackburn conseguisse evitar o triunfo do time londrino, o que de fato não aconteceu.

Com o resultado, o Tottenham chegou ao quarto lugar, zona que leva o time à fase classificatória da UEFA Champions League. O time londrino tem os mesmos 62 pontos do quinto colocado Newcastle e vê o Chelsea logo atrás, em sexto, com 61. Na frente da equipe, em terceiro lugar, está o grande rival Arsenal, com 65 e um jogo a mais. Já o Blackburn está em penúltimo, na zona de rebaixamento, com apenas 31 pontos, faltando apenas dois jogos. O QPR é o primeiro time fora da zona da degola e tem três pontos a mais, somando 34.

MESMO SEM JOGAR BEM, ATLÉTICO/MG DERROTA TUPI E CHEGA À FINAL COMO ÚNICO INVICTO DO CAMPEONATO MINEIRO

Por Danilo Silveira



Depois de passar invicto nos 14 primeiros jogos de 2012, o Atlético/MG perdeu na última quarta-feira, para o Goiás, pela Copa do Brasil. Com isso, a equipe do técnico Cuca entrava muito pressionada na Arena do jacaré, neste sábado, para enfrentar o Tupi. O time precisava apenas de um empate para chegar à final do Campeonato Mineiro, e conseguiu mais que isso: venceu por 1 a 0. Apesar disso, a partida da equipe, no geral, não foi boa.

Primeiro tempo sem muitas emoções

Mesmo tendo o empate a seu favor, foi o Atlético/MG quem tomou a iniciativa de partir para o ataque nos minutos iniciais do jogo. Era raro o Tupi conseguir ficar muito tempo no campo ofensivo, o Atlético conseguia desarmar a bola de seu oponente sem maiores dificuldades. Acabou que tivemos na Arena do Jacaré um primeiro tempo chato, sem muitas chances de gol. Os minutos se passaram e o placar foi mesmo zerado para o intervalo.

Atlético toma susto, mas consegue vitória e classificação

O Tupi, que adotou uma postura muito defensiva na primeira etapa, passou a sair mais para o jogo na etapa final. A bola começou a rondar mais a área atleticana, a equipe de Juíz de Fora passou a levar perigo e o jogo começou a ganhar contornos de drama para a equipe do técnico Cuca. Na melhor chance do Tupi, um chute de fora da área acabou carimbando o travessão do goleiro Goivanni. Vale lembrar que na volta do intervalo, Cuca lançou o volante Serginho na vaga de Marcos Rocha. E passados alguns minutos da segunda etapa, o técnico atleticano precisou mexer novamente, devido à contusão de Fillipe Soutto. E como resposta à melhora do Tupi na partida, ele lançou o atacante Neto Berola no lugar do volante, deixando, pelo menos no papel, o time mais ofensivo. Mas quem de fato entrou muito bem no jogo foi Mancini, que substituiu Escudero aos 24 minutos. Jogando de meio campista, ele foi um dos nomes do jogo na segunda metade da etapa final. E foi nesse período que o Galo apresentou o melhor futebol na partida. A equipe conseguiu criar algumas chances de gol, como em um chute do próprio Mancini, que passou à esquerda. O goleiro Rodrigo, do Tupi, também foi bem quando foi exigido, como por exemplo, em chute cruzado de Bernard. E o alívio para a torcida atleticana veio aos 26 minutos, quando Danilinho cruzou da esquerda e o atacante André, de cabeça, empurrou para as redes. Depois disso, Moacir Júnior, técnico do Tupi, que já tinha lançado Assis na vaga de Jaílton, colocou em campo Ulisses e Cassiano, nas vagas de Henrique e Flavio. Porém, nada pôde evitar a vitória do Atlético.

Antes da final, equipe de Cuca terá compromisso na Copa do Brasil

Agora, único invicto do Campeonato Mineiro espera Cruzeiro ou América Mineiro para a grande final. Mas, antes do primeiro jogo da decisão, que acontece domingo que vem, o time do técnico Cuca tem uma difícil missão. A equipe enfrenta o Goiás, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, em Belo Horizonte, no estádio Independência, e precisa reverter um placar adverso de 2 a 0, conquistado pelo time Esmeraldino no jogo de ida, se quiser continuar na competição.

quinta-feira, abril 26, 2012

EM DIA INSPIRADO, LLORENTE PARTICIPA DE TRÊS GOLS E COLOCA BILBAO DE BIELSA NA FINAL DA LIGA EUROPA


Por Danilo Silveira

Os dois maiores gigantes do futebol espanhol, Barcelona e Real Madrid, deram adeus à UEFA Champions League nessa semana. Porém, há um outro time espanhol que hoje podemos chamar de gigante. Trata-se do Atheletic Bilbao. A equipe da região basca, dirigida pelo competente argentino Marcelo Bielsa, venceu o Sporting, do técnico Ricardo Sá Pinto, em um jogo com fortes doses de emoção, e classificou-se para a final da Liga Europa, o segundo maior torneio de clubes da Europa.

Para chegar até as semifinais, Bilbao e Sporting já tinham eliminado, entre outros concorrentes, Manchester United e Manchester City, respectivamente. Na partida de ida entre as duas equipes, o time português conseguiu derrotar os espanhóis, de virada, com dois gols no fim do jogo. Sendo assim, a vitória por 1 a 0, daria ao Bilbao a classificação.

O jogo

As duas equipes contavam com importantes desfalques. De Marcos do Bilbao e Izmailov do Sporting estavam suspensos por conta do terceiro cartão amarelo. A bola rolou e o Bilbao não demorou para partir para o campo de ataque, imprimindo seu estilo de jogo, focado na ofensividade. E assim, o time espanhol não demorou muito para abrir o marcador. Aos 17, bola alçada na área, Llorente deu uma ajeitada de craque, usando o peito, e Susaeta apareceu para emendar um bonito chute, no canto esquerdo do goleiro Rui Patrício, que nada pôde fazer. O Bilbao continuou melhor no jogo, dominando as ações. O segundo gol, porém, não saía e foi pouco antes do intervalo, aos 44, que Wolfswinkel, após bate rebate, emendou no canto esquerdo de Iraizoz para empatar o jogo e novamente colocar seu time em uma condição favorável no confronto. Porém, a resposta do Bilbao veio de forma instantânea, e novamente com participação especial de Llorente (para mim, um dos melhores atacantes do mundo na atualidade). Ele recebeu próximo à meia lua, deu um lindo corte em um adversário e tocou com capricho para Ibai Gómez, que finalizou para o fundo das redes portuguesas.

Na segunda etapa, o Bilbao jogou ainda melhor em relação a primeira. A equipe voltou incisiva, atacando o Sporting em busca do gol da classificação, já que o placar de momento estava levando o confronto para a prorrogação. O gol poderia ter saído em uma cabeçada após escanteio de direita, mas a trave acabou sendo o destino da bola. O Sporting tentava encaixar contra ataques, mas sem muito sucesso. Nos 45 minutos finais, o lance de maior perigo da equipe portuguesa veio em um chute de Insúa, de fora da área, que carimbou o poste esquerdo de Iraizoz. Um gol da equipe portuguesa naquela altura do campeonato, obrigaria o Bilbao a fazer dois para conseguir a vaga na grande final. Mas pelo desenho tático do jogo, creio que o time de Marcelo Bielsa estava muito mais próximo de balançar as redes adversárias. E foi aos 44 minutos, quando tudo indicava que teríamos prorrogação, que apareceu, mais uma vez, o craque, o monstro, o goleador: Llorente! Só que dessa vez ele não serviu de garçom, demonstrou grande oportunismo. Após cruzamento à meia altura da esquerda, ele chutou, viu a bola tocar na trave e entrar, para delírio dos torcedores do Bilbao.

Se a equipe espanhola vai ser campeã, isso não podemos afirmar. Mas, desde já, dou os meus parabéns ao Bilbao e a Marcelo Bielsa. 

quarta-feira, abril 25, 2012

NA REAL, É O BAYERN QUEM ESTÁ NA FINAL!!!

Por Danilo Silveira



Bayern de Munique e Real Madrid entraram no gramado do Santiago Bernabéu nesta quarta-feira, buscando o mesmo objetivo: a classificação para a final da Liga dos Campeões da Europa. Para chegar lá, o Real precisava vencer por 1 a 0 ou por dois gols de diferença. Já o Bayern, precisava empatar ou perder por um gol de diferença marcando pelo menos dois gols. O placar de 2 a 1 para o Real, levava a decisão para a prorrogação. E foi justamente essa opção escolhida pelos deuses do futebol.

No campo, tivemos um jogo de fortes emoções, que deve ter mexido, e muito, com o coração dos torcedores de ambas as equipes. Logo aos 5 minutos, Cristiano Ronaldo converteu uma penalidade, abrindo o marcador e colocando o Real Madrid em uma situação favorável no confronto. Robben podia ter mudado esse panorama logo em seguida, mas ao receber bom cruzamento de Alaba da esquerda, pegou de primeira, mal, batendo por cima de meta de Casillas. A equipe alemã pressionava, buscando o empate, mas não se apresentava bem na parte defensiva, abusando do direito de dar espaços ao Real Madrid. Situação essa que ficou mais em evidência ainda quando Cristiano Ronaldo recebeu passe de Ozil, na meia lua, totalmente livre de marcação, escolhendo o canto direito de Manuel Neuer para chutar e ampliar. Foi o começo de jogo dos sonhos do time espanhol, que no dia anterior, viu seu maior rival, o Barcelona, ser eliminado dentro de casa pelo Chelsea. E as palavras que retratam com fidelidade o que aconteceu em campo durante todo o jogo são: vontade e equilíbrio. E antes do intervalo, Robben bateu pênalti no canto direito de Iker Casillas, que ainda tocou na bola, mas viu ela morrer no fundo das redes. Assim, um primeiro tempo aberto e com as duas equipes dando muito espaço na parte defensiva, terminou 2 a 1 para a equipe de Madrid.

Analisando-se o desenho do jogo na primeira etapa, ficava difícil achar que teríamos um segundo tempo sem gols. Mas o placar momentâneo foi persistindo no Santiago Bernabéu. Tínhamos em campo um jogo bem jogado, com duas equipes buscando incessantemente o gol e a vaga na tão sonhada final da Champions League. E Robben, que já vinha crescendo na primeira etapa, fez um ótimo segundo tempo, sendo, se não o melhor, um dos melhores jogadores em campo. E foi uma bola enfiada pelo holandês que poderia ter decidido o jogo, mas Mario Gómez demorou a chutar, dando tempo da marcação chegar e impedir que ele finalizasse em gol. Cristiano Ronaldo, atuando quase sempre pela ponta esquerda, mostrava muita velocidade em suas arrancadas, mas não conseguiu produzir muita coisa boa. O Real tinha Benzema como o seu melhor jogador. O atacante francês teve como seu ponto forte o posicionamento, sempre se desvencilhando da marcação e abrindo espaços no campo de jogo. Kaká entrou na vaga de Di María, buscou o jogo, tentou, mas pouco conseguiu. No final das contas, o duelo foi para prorrogação. O técnico Josef Heynckes , do Bayern, que até então não tinha mexido, lançou Muller na vaga de um solidário Ribery, que correu muito, lutando na frente, dando combate atrás e sendo peça importante ao time. O cansaço, devido ao fato de já terem disputado 90 minutos anteriormente, contrastava com a vontade dos jogadores de colocarem seus respectivos times na final da competição mais importante da Europa. O duelo pode ter alternado quando se fala em qualidade técnica, mas o fato é que foi um jogo gostoso de assistir durante 120 minutos. Em alguns momentos o Bayern jogou melhor, em outros o Real foi superior, mas em instante algum, nenhuma das equipes esboçou algum tipo de retranca, ou de proposta defensiva, dando ao espectador a oportunidade de assistir a um jogo aberto em todo o tempo.

Se formos analisar ao longo da história do futebol, desde Campeonatos Estaduais no Brasil, até Copas do Mundo, passando por Campeonatos Europeus, é comum que craques e ídolos desperdicem cobranças de pênaltis. E hoje foi a vez de Cristiano Ronaldo e Kaká, que perderam as duas primeiras cobranças para o Real. Ambos bateram no canto direito de Neuer, que defendeu. Mas, também no canto direito, cobraram Lahm e Kross, e lá estava Iker Cassilas, para empatar o duelo. E em cobranças de pênalti, sempre fica marcado um goleiro por ter sido o herói da conquista, ou um jogador por ter desperdiçado uma cobrança. E dessa vez, Sérgio Ramos acabou sendo o último jogador a desperdiçar uma cobrança, batendo nas nuvens. Schweinsteiger veio em seguida, estufou as redes de Madrid, e colocou o Bayern na final da Liga dos Campeões, que acontece dia 19 de maio, na Allianz Arena, ou seja, na casa do Bayern de Munique. A torcida do Bayern conquistou 50% do sonho, que era ver o time classificado para a final. Restam os outros 50%: assistir o time ser campeão da Europa dentro de casa. Sonho possível, chego a dizer que provável, chego a dizer que o Bayern é favorito. Mas, a cada dia que passa, o futebol nos mostra que favoritismo, pelo menos até que a bola role, mora longe do âmbito real.

CAIU, EM PÉ, O MELHOR TIME DO MUNDO

Por Eduardo Riviello, extraído de (www.jogadadefeito.blogspot.com)






Barcelona e Chelsea fizeram um duelo que nasceu, cresceu e morreu com ares de épico. O confronto começou muito antes de ser dado o apito inicial hoje no Camp Nou (confira como foi a transmissão da partida em tempo real) ou semana passada em Stamford Bridge - a polêmica semifinal de 2009 se fazia presente, mesmo que de maneira oculta. O embate se desenvolveu com um domínio absoluto por parte dos Blaugranas, visto tanto em Londres quanto em Barcelona. Esse domínio traduziu-se em diversas chances de gol, incluindo bolas batendo na trave, sendo defendidas magicamente por Petr Cech, rebatidas salvificamente por defensores, enfim, um autêntico duelo de ataque contra defesa. Mas gol mesmo o Barça foi conseguir fazer aos trinta e quatro minutos desse jogo de volta, em jogada com a cara do time de Guardiola, isto é, de intensa troca de passes à procura de espaços, finalizada por Sergio Busquets após assistência de Isaac Cuenca.

Uma agressão de John Terry em Alexis Sánchez rendeu cartão vermelho ao experiente (?) defensor inglês, fato que naquele momento sugeria maiores facilidades para os donos da casa, afinal, os espaços tenderiam a aparecer com maior frequência. Aliás, mais cedo, Gary Cahill, parceiro de Terry na zaga, havia deixado o campo por motivos clínicos e José Bosingwa havia entrado em seu lugar, com Branislav Ivanovic sendo deslocado para o miolo de defesa (se bem que no Chelsea tudo parecia um "miolo de defesa"). Após a expulsão de Terry, Ramires, que fazia boa partida na penúltima linha de defesa, foi recuado para a zaga. E, aos 42 minutos, aquilo que estava bom para o Barcelona, ficou ainda melhor: Andrés Iniesta recebeu de Lionel Messi e marcou 2a0.

Ramires recebeu cartão amarelo no minuto seguinte e já não poderia ser relacionado no caso de uma improvável presença do Chelsea na final da competição. O que ninguém imaginava é que, ainda antes do intervalo, o meio-campista brasileiro marcaria um golaço, no melhor estilo Messi: ele recebeu de Frank Lampard e encobriu Victor Valdés com um toque sensacional. Com isso, os Azuis tomaram o rumo do vestiário novamente em vantagem no confronto. E não demorou para o Barcelona ter nova grande oportunidade no jogo: no terceiro minuto do segundo tempo, Didier Drogba cometeu pênalti ao derrubar Francesc Fàbregas. Só que Lionel Messi cobrou no travessão.

O jogo era uma festa no gramado e nas arquibancadas. Dentro de campo porque o Barcelona desfilava talento no trato com a bola, esbanjando um entrosamento formidável em seu jogo coletivo. Fora dele porque os culés cantavam sem cessar, dando como fundo sonoro gritos incentivadores para manter o time no ataque. Mas o cenário foi ficando tenso, pois o tempo corria e o terceiro gol não ocorria. Aos trinta e sete minutos, uma finalização rasteira de Messi carimbou a trave esquerda, mas não sem antes ser desviada pelo excepcional Cech.

As tentativas de superar a retranca armada por Roberto Di Matteo pareciam incessantes ao mesmo tempo que parecia ser a defesa do Chelsea uma muralha intransponível, sobretudo quando a bola chegava no goleiro. Javier Mascherano descolou bom chute aos 44 minutos, mas também parou em intervenção de Cech. Nos acréscimos, um contra-ataque fatal terminou em arrancada e gol de Fernando Torres, selando a classificação inglesa.

Muito se especula na imprensa que o presidente do Chelsea, Roman Abramovich, tenha como sonho de consumo o técnico Pep Guardiola, estando disposto a oferecer ao barcelonista quantias jamais vistas na profissão. E veja como são as coisas no futebol: o time de um treinador interino eliminou a equipe de Guardiola.

Não sei o que esperar da final, mas estimo que o Chelsea terá de ser novamente heróico para, sem Terry, Ramires nem Raul Meireles, conseguir medir forças com Bayern de Munique ou Real Madrid. Mas uma certeza eu tenho: não dá para ver como "perdedor" um time que joga a bola que joga o Barcelona. São mais do que campeões: são exemplos.

Parabéns ao Chelsea, finalista da Liga dos Campeões da Europa após eliminar um adversário que vem marcando época. Parabéns ao Barcelona, fiel a um estilo de jogo que encanta, inspira e funciona. Independentemente do resultado.

segunda-feira, abril 23, 2012

O CLÁSSICO ENTRE FLAMENGO E VASCO EVIDENCIOU UMA TRISTE REALIDADE DO FUTEBOL CARIOCA


Por Danilo Silveira

O jogo de ontem entre Flamengo e Vasco foi um fiel retrato da realidade em que vive o futebol carioca ultimamente. Tínhamos em campo duas equipes muito boas técnica e individualmente, porém, não tínhamos dois times, tínhamos dois bandos. Dos dois lados, sistemas defensivos deploráveis, mal arrumados, sem consistência nenhuma de marcação.

Que o Rio de Janeiro tem grandes jogadores, isso é quase que indiscutível. Felipe, Juninho, Ronaldinho Gaúcho, Vagner Love, Léo Moura, Maicosuel, Loco Abreu, Fred, Deco, e por aí vai.  A pergunta que se deve fazer então é: por que o futebol da cidade maravilhosa ainda tão feio? Por que as equipes têm tanta dificuldade para fazer uma partida acima do nível decente?

O clássico de ontem entre Flamengo e Vasco teve bastante emoção. Sim, isso é uma verdade. Mas, se formos analisar o duelo taticamente, vamos nos deparar com um show de horrores. Falhas defensivas para todo lado, que culminaram em chances criadas a todo instante e uma ausência de consistência tática de assombrar. Nossos queridos professores, Joel Santana e Cristóvão Borges, não conseguiram colocar em campo equipes dentro do padrão aceitável. Mas é claro, o jogo contou com bonitas jogadas, de bons jogares, mas isso não está atrelado ao desempenho dos professores. O bonito gol de Vagner Love, o bonito chute de Felipe, a bela finalização de Kléberson são lances que vêm justamente do talento individual, que o Rio de Janeiro tem aos montes.

Aos olhos dos torcedores, o jogo de ontem pode ter sido muito bom. A partida teve uma enxurrada de chances de gol, teve as redes balançadas cinco vezes, teve emoção até o minuto final. Sim, o torcedor quer ver isso. Mas o torcedor pode também querer ver sua equipe bem armada, ver sua equipe jogar bem. Se pegarmos os 90 minutos de ontem, vai ser raro acharmos uma bela troca de passes, uma jogada coletiva mais bem elaborada.

O futebol carioca anda bem de talentos, mas muito mal de treinadores. Ontem, mais uma vez, nos deparamos com péssimas atuações dos comandantes. Joel conseguiu ter sucesso na escalação de Kléberson, que fez ótima partida, mas conseguiu estragar tudo ao tirar o jogador na metade do segundo tempo. Cristóvão escalou um time que conseguiu pressionar o Flamengo durante a primeira etapa, mas estragou tudo ao tirar Alecsandro e Éder Luís, para lançar Nilton e Allan na segunda etapa.

O futebol carioca cresce em talento individual na mesma proporção que despenca em padrão tático.

sábado, abril 21, 2012

FABULOSO FAZ DOIS, AJUDA O SÃO PAULO, MAS LEVA AMARELO E NÃO DISPUTA A SEMIFINAL


Por Danilo Silveira

Depois de longos 19 jogos para cada time, o Campeonato Paulistão chegou na fase mata-mata. E o jogo que abriu as quartas-de-final, foi a goleada do São Paulo, por 4 a 1, diante do Bragantino. Depois de um primeiro tempo sem muitos acontecimentos, a segunda etapa pegou fogo, teve muitos gols e muitos lances de perigo.

O jogo

A bola rolou e nos minutos iniciais, Lucas foi o grande nome do São Paulo. Logo aos 4 minutos, ele arrancou do meio para a esquerda e bateu, mas a bola não teve o endereço do gol. Seis minutos mais tarde, ele apareceu no meio da área, aproveitou cruzamento de Piris da direita, mas a cabeçada saiu fraca, no meio do gol, para tranqüila defesa do goleiro Rafael Santos. E o gol são paulino não demorou muito a vir. Aos 19, Jádson deu belo toque por elevação, encontrando Fernandinho, que dominou e bateu no canto, para inaugurar o marcador no Morumbi. O São Paulo dominava o jogo territorialmente, encontrando do outro lado um Bragantino pouco ousado e criando quase nada na parte ofensiva. A grande chance do time de Bragança na primeira etapa aconteceu somente aos 41 minutos, quando Victor Ferraz tabelou pela direita, apareceu nas costas de Cortez e chutou para boa defesa de Dênis. Luís Fabiano, que viria a ser um dos nomes do jogo, levou cartão amarelo aos 43 minutos, após falta no campo defensivo. Com essa advertência, o jogador está suspenso, e não joga a semifinal, já que estava pendurado.

Fabuloso faz dois, perde pênalti e São Paulo goleia

Para a segunda etapa, o treinador Marcelo Veiga, do Bragantino, lançou Léo Jaime na vaga de Luis Henrique. O logo com dois minutos, ele recebeu no mano a mano com Denílson, driblou o volante são paulino e bateu cruzado, da ponta esquerda, com a bola passando próximo à trave. No minuto seguinte, após bela troca de passes do Bragantino, Romarinho, um dos melhores em campo da equipe, bateu para defesa com os pés de Dênis. E quando o time de Bragança vivia o seu melhor momento da partida, apareceu o ídolo para tirar o Tricolor Paulista do sufoco. Luís Fabiano cobrou falta no canto superior direito do goleiro Rafael Santos, que ainda tocou na bola, mas não evitou que ela entrasse: 2 a 0 para o São Paulo. No minuto seguinte, Fernandinho foi derrubado na área e o pênalti foi assinalado. Luís Fabiano cobrou no canto direito e Rafael Santos defendeu, e depois viu a bola ainda tocar na trave e não entrar. O ritmo do jogo era eletrizante, diferentemente do primeiro tempo. Aos 12, Lucas carimbou a trave esquerda e por pouco não ampliou. E o duelo ganhou em emoção aos 19 minutos, quando Junior Lopes aproveitou escanteio cobrado da esquerda e cabeceou para diminuir o marcador. Logo depois, cada técnico fez uma mexida. Leão lançou Casemiro, tirando Cícero, enquanto Marcelo Veiga lançou Paulo Roberto na vaga de Romarinho, substituição essa, aparentemente sem explicação, já que Romarinho vinha sendo um dos melhores em campo do seu time. E com aproximadamente um minuto em campo, Casemiro deu belo passe para Luís Fabiano, e dessa vez o Fabuloso não perdoou, dominando e batendo para ampliar. O tempo foi se passando, a classificação do São Paulo foi cada vez se consolidando mais e ainda deu tempo de Osvaldo, que entrou na vaga de Fernandinho, arrancar e bater com cavadinha, encobrindo o goleiro, para fazer o quarto gol.

quarta-feira, abril 18, 2012

SORTE/ CHELSEA 1 X 0 BARCELONA/ AZAR


Por Danilo Silveira

É quase clichê afirmar que atualmente é muito difícil ganhar do Barcelona. Ouve-se isso em cada bar, em cada esquina, em cada padaria. Mas essa frase é tão repetida, justamente pois é quase impossível derrotar o Barcelona. E hoje o Chelsea conseguiu esse feito que beira o impossível. Para que isso fosse possível, a equipe londrina precisou usar e abusar do direito de ter sorte. Foi um dia em que tudo conspirou a favor do time londrino.

Vejam só, terminados os 90 minutos, lembro-me de apenas um chute do Chelsea que teve a direção do gol de Valdés, justamente o de Didier Drogba, que deu o gol aos Blues. O Barcelona, por sua vez, foi novamente fiel ao seu estilo de jogo, atuando a maioria do tempo com a bola nos pés, trocando passes no campo ofensivo. Se a equipe catalã tivesse convertido metade das chances claras de gol que teve, teria conseguido uma vitória tranqüila em Stamford Bridge. Sanchés apareceu cara a cara com Cech, bateu por cobertura e acertou o travessão. Fábregas perdeu uma oportunidade debaixo do gol, sem goleiro, o mesmo Fabregas deu uma bela cavadinha, por cima do goleiro adversário, mas Cole chegou para cortar a bola antes que ela cruzasse a linha final. Puyol aproveitou batida de falta de Messi, cabeceou no canto e Cech fez ótima defesa. Sanchés recebeu passe por elevação de Fábregas e chutou raspando a trave. E por fim, nos acréscimos do jogo, Pedro finalizou com capricho e a bola, com mais capricho ainda, tocou a trave esquerda de Cech. E ainda cabe destacar que o time de Pep Guardiola criou todas essas chances com o Chelsea exercendo uma marcação muito boa.

Pois é! Era o dia do Barcelona jogar muita bola, mas não era o dia da equipe catalã vencer. Era o dia de Messi estar inspirado, com boas arrancadas, uma bela enfiada de bola, uma busca incessante pelo gol, mas acabou que foi uma jogada desse mesmo Messi, que decidiu o placar. O argentino perdeu bola no meio campo, Lampard lançou Ramires, que arrancou e tocou para Drogba, muito bem posicionado, fazer o gol único do jogo. Aliás, cabe destaque a boa atuação de Ramires (até hoje não sei por que ele não integra mais a Seleção de Mano Menezes) e a incessante luta de Drogba, que mesmo muito marcado, não parou de brigar um minuto sequer.

Fica inviável terminar sem falar das minhas expectativas para o jogo da semana que vem, no Camp Nou. Acredito que teremos um grande jogo de futebol, com um panorama parecido com o de hoje. Um time atacando muito mais, o outro mais se defendendo, buscando ficar mais 90 minutos sem ser vazado pelo melhor time do mundo. Quanto ao resultado final? Bem, analisando a sorte que o Chelsea teve hoje, digo que tratou-se de um jogo atípico e creio que a história no Camp Nou será diferente. Meu palpite: 3 a 0 para o Barcelona.

terça-feira, abril 17, 2012

BAYERN VENCE REAL E VÊ MAIS PERTO O SONHO DE JOGAR A FINAL EM CASA


Por Danilo Silveira


De um lado, um qualificado e valente Bayern de Munique, do outro, um omisso Real Madrid, com um Cristiano Ronaldo muito mais firuleiro que produtivo. É por aí que podemos definir o duelo de ida da semifinal da UEFA Europa League entre Bayern de Munique x Real Madrid. Em campo, tínhamos dois times de muita qualidade e com jogadores decisivos. Nas arquibancadas, tínhamos mais de 65 mil pessoas, em sua maioria torcedores do Bayern, alimentando o sonho de ver o time jogar a final da competição em seu estádio (independente do jogo que for, a final será realizada de 19 de maio na Allianz Arena).

O jogo

A bola rolou e vimos um jogo equilibrado nos minutos iniciais, com o Real Madrid levemente melhor. A grande chance da equipe de Madrid veio aos 6 minutos, quando o atacante Benzema recebeu na frente e chutou para boa defesa do goleiro alemão Neuer. Porém, aos 16, as redes foram balançadas do lado oposto. Ribery pegou a sobra de um escanteio e emendou, superando Iker Cassillas e abrindo o marcador para explosão da Allianz Arena. Com o gol, o Bayern ganhou moral, passou a jogar melhor e teve ainda duas boas chances para ampliar na primeira etapa. Primeiro, Schweinsteiger recebeu na direita, e de fora da área, chutou rasteiro cruzado, para fora. Depois, Kross fez boa tabela com Ribery e achou Mario Gómez na ponta esquerda; o atacante alemão chutou para boa defesa de Cassillas.

Cristiano Ronaldo, durante 90 minutos, mais atrapalhou do que ajudou seu time. Um jogador com muita velocidade, muita habilidade, mas que nem sempre é útil ao seu time e me arrisco a dizer que pelo potencial que tem, poderia ser bem melhor. Aos 7 minutos da segunda etapa, ele recebeu ótimo passe de Benzema, e de frente para Neuer, acabou chutando mal, em cima do goleiro, mas Ozil pegou o rebote, entregou para Benzema que chutou cruzado e a bola chegou até Cristiano novamente; meio sem ângulo, o português centrou para Ozil, que com o goleiro caído, chutou para as redes. Era o empate do Real! E foi basicamente essa assistência o que Cristiano Ronaldo fez de bom no jogo. Apesar de ter conseguido a igualdade no marcador, nem de longe o time de José Mourinho fazia uma boa atuação. Talvez fosse a hora do técnico português colocar Kaká em campo, mas ele permaneceu com o mesmo time que havia entrado na partida 52 minutos antes. Já J. Heynckes, resolveu tirar Schweinsteiger para colocar Muller, tornando o time, no papel, mais ofensivo.  Não que Muller tenha entrado tão bem assim, mais o fato é que mais ou menos naquele momento, o jogo mudou drasticamente de figura. O Real Madrid, que outrora tentava sair para o jogo e atacar, passou a se encolher e não conseguir encaixar um contra golpe. O Bayern, por sua vez, tomava conta do campo de ataque, e contando com boas participações de Robben, Ribery e Luiz Gustavo, buscava o gol da vitória. Aos 16, Pepe cometeu pênalti ao empurrar Mario Gómez na área, mas o árbitro Howard Webb, nada assinalou, prejudicando assim a equipe alemã. No time de Madrid, Mourinho lançou, em momentos distintos, Marcelo, Granero e Higuaín, tirando Ozil, Di Maria e Benzema e nada de Kaká vir para o jogo. Aos 25, Mario Gómez teve ótima chance de desempatar a partida, quando Sérgio Ramos cortou mal dentro da área, mas o atacante alemão acabou arrematando por cima do gol. Chegava a ser irritante ver um time com tanta qualidade como o Real Madrid, jogar retrancado e acomodado com o empate. Os deuses do futebol trataram de ir lá e punir a postura do time espanhol. Mario Gómez, o mesmo que perdeu o gol aos 25 minutos, aproveitou o cruzamento após bela jogada de Lahm, e empurrou para as redes, quando o relógio marcava 44 minutos. Como parece regra termos algum problema com algum jogador do Real Madrid em jogo decisivo, antes do apito final, Marcelo deu uma forte entrada em um adversário, recebendo somente o amarelo do árbitro.

Se o Real vai passar ou não, é difícil dizer, mas nesta terça-feira, a equipe de Madrid recebeu uma boa lição. Um gol aos 44 minutos do segundo tempo, que deu a vitória ao time que mais a procurou, que teve mais coragem e mais vontade.

quinta-feira, abril 12, 2012

O FUTEBOL E SUAS TRAVESSURAS

Por Danilo Silveira



Foi uma noite daquelas. Onde foi provado, de uma vez por todas, por que motivo o futebol é o esporte mais fascinante da face da Terra. Uma noite onde esse esporte aprontou mais uma travessura daquelas de mexer com o coração de muitos torcedores. O Flamengo, esperando um milagre, entrava no estádio do Engenhão, precisando literalmente mais do que suas próprias forças. Além de vencer o Lanús, a equipe precisava de um empate entre Olímpia e Emelec, para assim avançar à fase oitavas-de-final da Taça Libertadores e, se não esconder, maquiar a péssima campanha feita durante a fase de grupos da competição.

E mesmo sem fazer uma partida fantástica (alías tem sido raro ver o time jogar bem), o Rubro-Negro conseguiu construir o placar de 3 a 0, até o começo da segunda etapa. Foi aí que o torcedor rubro-negro passou a fazer figa e torcer desesperadamente por um empate entre Olímpia e Emelec. Fosse o jogo no Defensores Del Chaco uma goleada para algum dos lados, a noite desta quarta-feira não teria sido tão marcante. Acontece que o duelo realizado no Paraguai teve gol para todo lado e esteve até o minuto final, muito aberto. O Olímpia abriu o placar, mas o time visitante empatou. E quando o relógio apontava 40 minutos da segunda etapa, o placar marcava 1 a 1, mas aos 43, veio a virada do Emelec. O jogo no Engenhão encerrou-se, o Flamengo venceu sem maiores complicações e passou a torcer desesperadamente por um gol do Olímpia, que saiu, aos 47 minutos, nos instantes finais do jogo. Mas, para desespero total da apaixonada torcida rubro-negra, aos 48, o Emelec fez o gol da classificação e da eliminação rubro-negra. Resumindo: Colocaram uma bala Juquinha na boca dos flamenguistas e a tiraram antes que ela fosse mastigada. Uma noite que mexeu fortemente com a emoção dos torcedores do Flamengo, do Olímpia, do Emelec e daqueles que torceram contra esses três times. Uma noite que faz o futebol continuar sendo um esporte fascinante, com uma mística impressionante e inigualável.

Faz algum tempo que escrevo aqui, e todos sabem, que não sou fã da forma com que o time do Flamengo vem jogando, que não sou fã do técnico do clube e acredito que a eliminação foi altamente merecida pelo que o time apresentou ao longo da competição. Mas hoje, vou preferir não entrar em maiores detalhes sobre esse assunto. Prefiro fechar esse post com a seguinte mensagem:

PARABÉNS AO FUTEBOL!!!

quarta-feira, abril 11, 2012

BARÇA VENCE E JOGA AINDA MAIS PRESSÃO PARA CIMA DO REAL MADRID

Por Danilo Silveira



Há cerca de um mês, a missão do Barcelona, de ganhar o Campeonato Espanhol, era quase impossível. A equipe estava 10 pontos atrás do líder Real Madrid, que não tropeçava de jeito nenhum. Mas, em pouco tempo, o cenário mudou de forma brusca. O Real tropeçou três vezes em curto espaço de tempo e a diferença caiu para 4 pontos. E nesta terça-feira, o Barcelona derrotou o Getafe, por 4 a 0, com extrema facilidade, e a diferença encontra-se em um ponto apenas. Só que o Real tem um jogo a menos e nesta quarta-feira enfrenta o Atlético de Madrid, fora de casa, tentando fazer a diferença voltar para os 4 pontos do início da rodada.

Barcelona constrói vantagem com facilidade.

A verdade é que durante todo o jogo contra o Getafe, o Barcelona teve maior posse de bola, criou mais, atacou mais e não sofreu muitos sustos na parte defensiva. O primeiro gol da equipe veio antes mesmo dos 15 minutos. Messi deu um passe genial para Sanchés, que pegou bonito na bola, acertando o canto superior esquerdo do goleiro Moyá: 1 a 0. Pouco depois, Messi colocou Xavi na cara do gol, e o camisa 6 bateu encobrindo o goleiro, mas um adversário tirou a bola em cima da linha (na verdade até agora não sei se a bola entrou ou não, mas o fato é que o árbitro não deu gol). Ainda no primeiro tempo, por duas vezes o Barça chegou muito perto de ampliar o marcador. Messi foi lançado no meio, dominou na coxa e bateu à esquerda do gol. Sanches recebeu cruzamento rasteiro da direita, mas não chegou inteiro, e acabou batendo mal. Mas antes do intervalo, Messi deixou o dele. Ele apareceu na intermediária, tocou na frente, infiltrou e recebeu de volta de Iniesta, para bater no canto superior direito do goleiro. Um gol à la Barcelona!

Barça volta sem criar tantas chances, mas faz mais dois gols.

No início da segunda etapa, o Barcelona continuou em cima do Getafe, implementando seu estilo de jogo com certa facilidade. Porém, a equipe não conseguiu criar muitas chances de gol. E assim o tempo foi passando, com o resultado muito bem administrado, com o Getafe praticamente sem conseguir ultrapassar o meio-campo tocando bola. E aos 28, Cuenca, que não fez boa partida, cruzou da direita para o baixinho Sanchés cabecear e ampliar o marcador. E no minuto seguinte, Messi cobrou falta também da direita, e o também baixinho Pedro, de costas para o gol, desviou de cabeça e viu a bola entrar nas redes adversárias.

Sem maiores dificuldades, o Barcelona conseguiu três pontos e jogou uma pressão surreal para cima do seu maior rival. Vale lembrar que dentro de dez dias, em 21 de abril, Barça e Real se enfrentam no Camp Nou. Alguém arrisca dizer como estará a tabela após esse duelo?

domingo, abril 08, 2012

GALO EMPATA COM CRUZEIRO, PERDE OS 100% NO ANO, MAS SEGUE INVICTO E LÍDER

Por Danilo silveira



Pelas vaias ouvidas ao final do jogo, parece que o torcedor atleticano não saiu feliz da Arena do jacaré neste domingo. O Galo vencia o Cruzeiro por 2 a 0 e acabou cedendo o empate na segunda etapa, tirando o sabor de revanche da boca dos torcedores. Isto porque em dezembro do ano passado, o Cruzeiro venceu o Galo por 6 a 1, livrando-se do rebaixamento e deixando o torcedor do Galo revoltado.

O jogo

E a partida de hoje começou extremamente nervosa. Empurrões daqui, discussões dali e esse foi o panorama durante os 10 primeiros minutos. Mas logo o Galo tratou de jogar bola melhor que o Cruzeiro e poderia ter aberto o placar aos 15, com Guilherme, que cara a cara com Fábio, demorou para finalizar, permitindo que um adversário chegasse e cortasse o chute. Seis minutos mais tarde, Guilherme teve outra chance, e próximo à meia lua, finalizou para fora. Mas a superioridade do Galo se deu além do campo e  também no placar, aos 24, quando Richarlyson deu um lindo cruzamento, na cabeça de Danilinho, que livre de marcação, cabeceou no canto direito de Fábio. O Cruzeiro até tentava sair para o jogo, mas o dono do primeiro tempo era o time de preto e branco. E aos 38, Guilherme deu um belíssimo passe por elevação para Danilinho, que pela ponta direita, na saída de Fábio, chutou para o meio, onde André estava para chutar para o fundo das redes cruzeirenses.

Anselmo Ramon perde gol sem goleiro, mas dá empate ao Cruzeiro

Para a segunda etapa, Vagner Mancini lançou Roger na vaga de Walysson, bastante sumido na primeira etapa. E logo aos seis, Montillo fez bela jogada pela esquerda, driblando Renan Ribeiro e cruzando para Anselmo Ramon, que sem goleiro, pegou de primeira e mandou por cima da trave atleticana. O cenário já não era dos melhores para o Cruzeiro e poderia ter piorado aos 9 minutos, quando Roger deu uma cotovelada desleal e maldosa em Danilinho, mas ao invés de cartão vermelho, o árbitro deu apenas o amarelo. Vale recordar que no dia 5 de maio de 2011, Roger foi expulso no fatídico Cruzeiro e Once Caldas, prejudicando seu time no duelo em que culminou na eliminação da Raposa na Libertadores. Hoje, ele fez de tudo para prejudicar novamente seu time, mas o árbitro acabou errando feio. E cinco minutos após esse lance, o time do Cruzeiro atacou pela ponta direita e um cruzamento acabou batendo em um atleticano, Renan Ribeiro saiu mal e Anselmo Ramon se redimiu do gol perdido e diminuiu o marcador de cabeça. O Cruzeiro melhorou e talvez por isso, Cuca resolveu mexer duplamente aos 24, lançando Berola e Mancini nas vagas de André e Bernard. Enquanto isso, Vagner Mancini fez sua última mexida (além de Roger, Everton entrou após o intervalo, na vaga de Marcos), sacando o brigador Wellington Paulista e lançando Walter. E aos 31, o Galo teve tudo para ampliar; Fillipe Soutto chutou, a bola tocou na trave esquerda de Fábio, e no rebote, Guilherme acabou isolando e perdendo grande chance. Valendo o ditado “quem não faz leva”, Anselmo Ramon recebeu na frente de Montillo e chutou para empatar e dar números finais ao jogo. Aos 37, Pierre fez falta dura em Montillo e foi expulso, recebendo o segundo amarelo. Logo, Cuca lançou o zagueiro Luiz Eduardo na vaga do atacante Guilherme. Apesar do time ter ficado mais defensivo no papel, na prática o Galo mostrou coragem e não abdicou de atacar nos minutos finais, onde o jogo ficou aberto.

Resumindo: O Galo jogou melhor, mas deu empate no confronto que deve ser a final do Campeonato Mineiro

quinta-feira, abril 05, 2012

BILBAO EMPATA COM SCHALKE 04 E ESTÁ NA SEMIFINAL DA LIGA EUROPA

Por Danilo Silveira


Muito longe de conseguir uma vaga para a Champions League da próxima temporada, devido a sua colocação no Campeonato Espanhol (o time encontra-se na 11ª colocação), o Athletic Bilbao encontra-se em boa situação na outras duas competições em que está disputando. Na Copa do Rei, a equipe de Marcelo Bielsa está na final, onde enfrentará o poderoso Barcelona e na Liga Europa, a equipe carimbou hoje seu passaporte para a semifinal. Isso porque o time basco empatou em 2 a 2 , em casa, com o Schalke 04, e como havia vencido o jogo de ida por 4 a 2 na Alemanha, se classificou.

Focado na ofensividade, o time de Marcelo Bielsa sofreu na primeira meia hora de jogo. A equipe acabou encurralada no campo defensivo, e até tentava sair jogando, mas não conseguia. Huntelaar teve duas chances de marcar. Na primeira, ele chutou para boa defesa de Iraizoz, e na segunda, aos 29, o atacante holandês acertou um chute rasteiro, no canto direito, abrindo o marcador.  O Bilbao melhorou nos minutos finais da primeira etapa e chegou ao empate em chute de Ibai, aos 41.

A segunda etapa começou e logo aos sete, Raúl colocou novamente os alemães na frente, acertando um bonito chute no canto direito de Iraizoz. A essa altura, o Schalke precisava de mais dois gols para se classificar. Mas três minutos mais tarde, Sussaeta empatou novamente o jogo. E a partir de então, o Schalke foi cada vez mais perdendo forças e cada vez mais o Bilbao conseguia implantar o seu estilo de jogo bonito e envolvente, de toque de bola, fazendo lembrar, guardadas as proporções, o atual Barcelona. O gol da vitória não saiu por detalhes, mas não fez falta a um time que deve brigar muito forte pelo título da competição.

A POSSÍVEL GOTA D'ÁGUA PARA O TIME DO "EMPURRÃO COM A BARRIGA"


Por Danilo Silveira

Há cerca de oito meses que o Flamengo é o time do “empurrão com a barriga”. As coisas não dão certo em campo, o time não convence, o futebol apresentado é de péssima qualidade, mas sempre se dá um jeitinho dos objetivos serem alcançados. Assim foi no segundo turno do Brasileirão de 2011, onde tudo começou. A qualidade do futebol apresentado pelo time (que já não era das melhores) despencou e o sonho do título foi ficando cada vez mais distante. Tão logo, o objetivo do Flamengo passou a ser conseguir uma vaga na Libertadores da América de 2012. Um golzinho de Ronaldinho contra o Inter e a vitória por 1 a 0, deram ao time de Vanderlei Luxemburgo o direito de disputar a Pré Libertadores. Foi o primeiro grande “empurrão com a barriga”.

Começou 2012 e o primeiro desafio era ultrapassar a barreira da Pré Libertadores e chegar à fase de grupos. Aí, teve-se mais um “empurrão com a barriga”. Derrota por 2 a 1 na Bolívia e vitória por 2 a 0 no Engenhão, com futebol de baixa qualidade durante 180 minutos e o Flamengo eliminou o modesto Real Potosí e chegou à fase de grupos. No estadual, o futebol era sofrível e com mais um “empurrãozinho com a barriga”, o time chegou às semifinais da Taça Guanabara, onde acabou perdendo para o Vasco.

Dentro desse cenário, esqueci ainda de falar da troca de comando que houve após a vitória diante do Real Potosí no Engenhão. Saiu Vanderlei Luxemburgo, entrou Joel Santana. Apesar da mudança, em campo as coisas continuaram muito ruins. Até hoje, Joel não conseguiu dar uma cara ao menos decente ao time do Flamengo (fazem cerca de dois meses que ele assumiu o time).

Posso estar muito enganado, mas a derrota do time nesta quarta-feira para o Emelec, (com uma atuação patética, que nem merece maiores comentários) foi a gota d’água para o “empurrãozinho com a barriga” Creio que será a gota d’água porque o cenário é de um time que faz atuações bisonhas em seqüência, que mostra pouca vontade e dedicação em campo. Um time que apresenta um futebol que a torcida não agüenta mais, um time que faz algum tempo que não está honrando as tradições do clube.

Um empate entre Olímpia x Emelec, somado a uma vitória do Flamengo diante do Lanús no Engenhão semana que vem, dá ao Flamengo o direito de disputar as oitavas-de-final da Libertadores, algo que acho pouco provável. De “empurrãozinho na barriga em empurrãozinho na barriga”, a verdade é que o Flamengo não chegou em lugar algum, e dificilmente vai chegar. Mas é por mais um “empurrãozinho com a barriga” que o torcedor rubro-negro está torcendo, para sair da UTI e chegar à fase mata-mata da competição, mantendo vivo o sonho do bi.

Há aqueles que vão se lembrar (com certa angústia), daquele empate no Engenhão, por 3 a 3, com o Olímpia, onde o time vencia por 3 a 0 até os minutos finais. Obviamente, que se o Flamengo tivesse confirmado aquela vitória, estaria mais perto das oitavas-de-final, mas atrelar uma provável saída do Flamengo da Libertadores àquele jogo, é simplesmente tampar o sol com a peneira, fechar os olhos para o que de fato acontece, fechar os olhos para o futebol que o time tem jogado, ou melhor, fechar os olhos para o futebol que o time não tem jogado. 

quarta-feira, abril 04, 2012

MESMO QUANDO JOGA UM POUCO ABAIXO DO QUE DE COSTUME, O BARCELONA É SUPERIOR AOS SEUS RIVAIS


Por Danilo Silveira

No cenário atual do futebol, parar o Barcelona e anular Lionel Messi são duas missões que beiram o impossível. E o Milan não conseguiu isso, o que não significa que a equipe de Maximiliano Allegri não tenha feito dois bons jogos. Analisando de maneira geral, cabe-se dizer que, nos 180 minutos disputados, o Milan foi melhor do que costuma ser e o Barcelona abaixo do que lhe é habitual. Sendo assim, o Milan foi melhor que o Barcelona? A resposta é: não.

O que acontece é que o time catalão é tão superior aos demais, que mesmo quando joga 60% ou 70% do que costuma jogar, é melhor que seus oponentes. O que se viu durante o duelo entre Milan e Barcelona foi uma defesa muito bem arrumada, muito bem postada, que deu muito, mas muito trabalho ao Barcelona. Enquanto o time catalão fazia seu tradicional jogo, de rodar a bola de um lado para o outro, esbanjando técnica e qualidade, os jogadores do Milan “cercavam”, mas sem dar o bote e tentando impedir as jogadas de infiltração. Acontece que se trata de muita qualidade para um time só e os espanhóis quase inauguraram o marcador em passe de Daniel Alves para Fábregas, que em um toque de craque encontrou Messi, que dominou no peito e por questões de centímetros não colocou a bola nas redes. Seria mais bonito e mais interessante que o time de Pep Guardiola tivesse inaugurado o placar em uma jogada tão bonita, mas não aconteceu dessa maneira. Então, Messi roubou bola no campo de ataque, arrancou pela esquerda e, ao invés de bater, rolou para seu companheiro que chegava do lado e quando recebeu a bola novamente, encontrava-se em posição de impedimento, não assinalada. A irregularidade que o árbitro viu foi outra. O argentino foi derrubado na grande área na seqüência do lance e o pênalti foi assinalado. O próprio Messi bateu e converteu.  Muito se fala do Barcelona com a bola no pé (fato que acontece a maior parte dos jogos), do toque refinado e da capacidade dessa equipe de criar inúmeras situações de gol em pouco tempo.  Só que o Barcelona também é fantástico quando não detém a posse de bola, marcando muito bem, fornecendo muita dificuldade para o adversário trocar passes. É raro ver um jogador oponente do barça com liberdade. E foi em um desses lances raros que o Milan empatou o jogo. Robinho tocou para o sueco Ibrahimovic, que encontrou Nocerino livre pela direita e o meio-campista chutou na saída de Váldez para empatar, aos 32. E aos 41, pouco antes do intervalo, Nesta cometeu pênalti dentro da área, ao agarrar um adversário após cobrança de escanteio. O árbitro holandês Bjorn Kuipers assinalou e Messi novamente converteu, fazendo o Barça ir para o intervalo em vantagem.

A segunda etapa começou e para avançar para semifinal, o Milan precisava, em 45 minutos, marcar um gol a mais que o Barcelona. Isto é, se a equipe italiana fizesse um gol e não tomasse, avançaria, mais se tomasse um, precisaria fazer dois. Messi, o melhor jogador do mundo, estava muito bem marcado. O argentino não se omitia do jogo em momento algum, mas estava visivelmente com dificuldades de fazer aquilo que costuma fazer com freqüência. O time catalão, que já tinha contado com a ajuda do árbitro no lance do primeiro gol, agora contou com a sorte. Messi apareceu pelo meio, chutou, a bola carimbou na marcação e sobrou para Iniesta, que teve a calma e tranqüilidade necessária para chutar, vencer o goleiro Abiatti e colocar a bola no fundo das redes sem maiores complicações. Nesse momento, o Milan precisava remar um oceano inteiro para conseguir sua vaga para semifinal. Precisando de dois gols, Maximiliano Allegri lançou Alexandre Pato na vaga de Boateng, mas para tristeza, o brasileiro se machucou em poucos minutos e precisou deixar o gramado, para entrada de Maxi López. Cabe lembrar que o brasileiro estava voltando de contusão. E o Barça ainda teve duas chances claras para se classificar com um placar ainda mais elástico, porém, os brasileiros Thiago Alcântara e Adriano chutaram para fora, em lances cara a cara com o goleiro Abiatti.

Com 8 vitórias, dois empates e nenhuma derrota na competição, o Barcelona chega à semifinal, e agora espera Chelsea ou Benfica. Seja qual for o adversário, o time catalão é amplamente favorito, e caso confirme esse favoritismo, é amplamente favorito na final, seja qual for o adversário.